terça-feira, 22 de abril de 2008

A vida, este milagre da mãe natureza,

A vida, tal qual a conhecemos, pode naturalmente ser interpretada de formas diferentes e que variam, consoante ouvimos as explicações de um antropólogo, um químico, um religioso, um militar, uma cidadão comum, um poeta, ou ainda um criminoso.
Cada um tem, de acordo com a sua ascendência, cultura, crença e fé, ou modo de vida, uma opinião formada sobre as origens desta vida, as razões e os porquê da sua existência e finalidade na Terra, assim como no Cosmos.
Todavia a maioria, senão mesmo a unanimidade dos que estiverem interessados em analisar tão empolgante tema, deverão estar de acordo, quando se diz que a vida aparece envolta em mistérios e complexidade, aos olhos de quem se esforça para entendê-la, como poderá parecer simples e fácil, na óptica de quem se limita apenas e tão só a alinhar os dias que vive, uns atrás dos outros.
No entanto, haverá certamente para ambos, um sentimento comum de deslumbramento perante a própria existência da vida, o que ela proporciona ao Homem, de bom, de útil, como de enigmático, mas cujo encanto ajuda a ultrapassar os referidos conceitos de complexidade e de simplicidade.
Por ter sido abençoada pelo seu carácter, tão único como insubstituível, essa vida que recebemos e vivemos, merece justificadamente, da parte de todos, além de uma natural admiração e um incondicional respeito, a firme obrigação e o dever de ser embelezada, quanto mais melhor, para que a mesma, por sua vez, venha embelezar o Homem e torná-lo realmente feliz.
A vida, este milagre da mãe natureza, tem nas suas múltiplas e por vezes estranhas formas de representação, um ponto comum que une equitativamente todas elas. Independentemente da sua natureza e da sua finalidade, cada uma tem, sem excepções, um nascimento, um desenvolvimento e um fim. Uma indesmentível justiça que coloca todas as espécies vivas num terreno de perfeita igualdade, para a satisfação de uns e o compreensível desagrado ou indiferença de outros.
O que separa as visões individuais de uns e interpretações diversas de outros, relativamente a essa noção de justiça, resume-se afinal a uma mera questão de filosofia e de sensibilidade pessoal de cada um.
Esta verdade, não se reduz à limitada individualidade do SER e dos seus caprichos, ela é a própria essência do carácter intrínseco da vida, na sua dimensão universal.
Se tivermos consciência da verdadeira insignificância da Terra e do Homem, quando confrontados com a incomensurável e desconhecida dimensão do Cosmos, dificilmente conseguimos entender a permanente postura de arrogância e de agressividade a que o Homem tem recurso, para melhor se afirmar perante si, como também e sobretudo perante os outros.
A espécie humana, sendo apenas mais uma forma de vida, no meio de tantos milhões de outras espécies, deveria ter abnegação e percepção suficientes, que lhe permitissem reconhecer e aceitar essa sua autêntica insignificância, para poder colocar-se finalmente no seu exacto e devido lugar, ao lado das outras espécies, numa posição de justificada igualdade e irmandade, em vez de se confinar a uma permanente e lamentável atitude de cobarde superioridade, de onde extraí um poder absolutista de vida e de morte sobre elas, incluindo sobre a o seu semelhante, exemplar da mesmíssima espécie.
Curiosamente, na extensa diversidade das formas de vida criadas pela mãe natureza, algumas delas extraem, da inelutável morte de outras espécies, o indispensável sustento que lhes garante a continuação da sua própria vida.
Até prova em contrário, parece que a espécie humana não se encontra inserida nessa estranha programação natural. Podemos todavia fazer votos, enquanto se mantém inalterada essa programação, para que, o próprio Homem, este SER permanentemente atarefado em tudo reformular, nunca consiga alterar a presente situação de equilíbrio.
Por outro lado, embora pareça uma incongruência, dificilmente se pode falar da vida, sem falar da morte, mesmo compreendendo e aceitando o medo natural que a morte inspira ao comum dos mortais ! Medo, principalmente por duas razões :
A primeira, devido ao facto que a morte significa inelutavelmente, o fim, derradeiro e definitivo da vida, salvo provas irrefutáveis em contrário.
A segunda, porque, apesar da promessa teológica da imortalidade da alma dos crentes, o Homem, este animal inteligente que se orgulha de saber, entender e dominar tudo, ou quase, desconhece por inteiro, se por detrás dessa morte, existirá, ou não, uma certa forma de continuação da existência da entidade humana.
Podemos até admitir que, os que já faleceram e que aqui saudamos carinhosamente, soubessem responder a tão animada e legítima especulação, com factos e argumentos. O problema, é que tanto quanto se sabe, uma vez aberta a porta da mansão da morte e fechada essa mesma porta logo após a nossa passagem para o além, não se conhecem provas circunstanciais de um potencial ou hipotético regresso ao mundos dos vivos ! A vida é assim mesmo !
O peso consequente de tal consideração, tem que ter pelo menos uma arrebatadora virtude, a de incitar e convencer o Homem, a cuidar conveniente e qualitativamente da sua postura de SER, enquanto albergar e desfrutar da vida e dos seus incontornáveis prazeres, que a mãe natureza generosamente lhe deu.
A vida, por muito extraordinária e encantadora que seja, é, e sempre será, uma dadiva temporária, o infinitamente mais precioso presente que o Homem poderia sonhar receber. Por isso, e só por isso, a vida merece ser vivida, encaminhada e acarinhada com muito amor e com muito respeito, de todos. Eis um humilde apelo.
Saibamos estar orgulhosamente à altura desta oferta, única, em Honra da natureza e em Honra da própria vida, também única e passageira...

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O Homem, esse animal de contrastes e de extremos !!!

Mais de quatro centenas de milhares de anos após o aparecimento do Homem no planeta Terra e do seu já velho convívio de dois mil anos com os fenómenos religiosos, a civilização humana encontra-se, hoje mais do que nunca, marcada por sucessivas mudanças, que alteram significativamente o mundo e a sociedade, de uma forma tão acentuada como perigosa, em virtude do Homem não ter sido minimamente capaz, até agora, de se domesticar e disciplinar convenientemente a si próprio, neste já longo intervalo de tempo.
De facto, mais nenhuma outra espécie terrestre, viva ou já extinta, terá provocado tantas alterações visíveis à face do planeta, como sempre fez e continua a fazer a espécie humana.
Aliás, além da própria fisionomia da Terra, que o Homem se encarregou de moldar, à medida das suas crescentes necessidades e das suas desvairadas ambições, esse mesmo Homem, sempre se arrogou o direito absoluto de se comportar como sendo o único dono de todas as outras formas de vida, que domina a seu bel-prazer, tais como a flora e a fauna, que sempre foram e irão continuar a ser, de um ponto a outro de um planeta, aliás, já adoentado, as martirizadas vítimas da sua omnipresente intervenção.
Por outras palavras, mesmo que amanhã se extinguisse a espécie humana, o planeta Terra nunca poderia esconder as marcas da passagem do Homem, em todos os continentes, ilhas, mares e oceanos.
Contudo, o Homem não se limita a desfigurar o planeta azul e prejudicar as outras espécies vivas, também desenvolve muita força, imaginação, paralelamente a uma estranha forma de sado-masoquismo, para lesar gravemente os seus próprios interesses e os dos seus semelhantes.
De facto, a atitude cada vez mais conflituosa e destruidora do Homem, já não se contenta em ser dominadora, com o intuito de garantir a sobrevivência da sua espécie, ele age, quase permanentemente, de maneira a apaziguar os seus desmedidos apetites de ganância e de egoísmo exacerbados, dando asas a uma estupidez mórbida que infelizmente, parece não ter limites.
Aliás, como sabemos, essa dita humanidade já conseguiu a “proeza” de tornar inumanos, vários dos aspectos particulares que a caracterizam. Existem, de facto, muitos profetas da desgraça que só sabem aniquilar, matar, destruir tudo e todos para tentar impor à sociedade em geral, as suas ideias, lamentavelmente tão loucas como mortíferas.
Se colocarmos nos dois pratos da balança, o bom de um lado e o mal no outro, verificamos, com uma imensa tristeza, que os adeptos do “quanto pior, melhor”, ultrapassam nitidamente em números e peso, os que ainda, teimosamente, persistem em ser bons e divulgam generosamente esse bem à sua volta, sem pedir nada em troca.
Tendo o comum dos mortais plena consciência de que a sua permanência na Terra não ultrapassa o curtíssimo tempo de uma vida humana, o comodismo, a avidez e a agressividade do Homem parecem ser hoje, e cada vez mais, os meios ideais para justificar todos e quaisquer comportamentos, preferencialmente, os que consistem em servir-se apressadamente em proveito próprio, ignorando, profunda e lamentavelmente que estão rodeados de outras pessoas, que também tem igual legitimidade em desejar o mesmo. O altruísmo já teve melhores dias e já não falta muito para que essa palavra e essa forma de se relacionar com os outros, tenham por derradeiro lugar, as páginas do dicionário e dos livros de História, respectivamente.
O caricato da questão, é que, enquanto o Homem se convence que esse tipo de atitudes é o único, ou pelo menos o meio mais eficaz para alcançar os seus objectivos de gozo e de pseudo felicidade individual, ele acaba, fatalmente, por colher de volta, uma série infinita de dissabores, que só servem para prejudicá-lo física, económica e intelectualmente !
Afinal, será que a estupidez conseguiu suplantar definitivamente a inteligência ?
É infinitamente triste verificar, que a evolução cada vez mais acelerada da sociedade humana, está metamorfoseando um planeta, outrora lindo e acolhedor, num verdadeiro campo de batalhas, onde os muitos defeitos e vícios do Homem, transformados em verdadeiras e infalíveis armas, poderão vir a ferir de morte a humanidade inteira e encaminhá-la em direcção a um autêntico inferno de onde ninguém regressa, caso não se verifique uma garantida mudança de rumo, num futuro a médio ou curto prazo.
Curiosamente, e algumas pessoas têm plena consciência disso, essa situação poderia mudar significativamente sem que sejam necessários grandes dispêndios de energia e de dinheiro.
Bastaria que o Homem, esse animal de contrastes e de extremos, comprovadamente capaz de ser tão positivo como negativo, quando quer, fizesse prova evidente de boa vontade e se decidisse finalmente a fazer um uso subtil da sua própria inteligência, conjugando a mesma com as suas extraordinária capacidades de adaptação, colocando-as ao serviço do bem e não do lado do mal. Só isso, seria o suficiente para transformar o actual clima de permanentes tensões, agressões físicas e verbais entre pessoas, raças, culturas e religiões, num autêntico paraíso terrestre, onde brilharia, enfim, merecidamente, a alegria de viver e uma incomensurável felicidade, graças à sobreposição das extraordinárias virtudes humanas sobre os conhecidos e malfadados defeitos e fraquezas do indivíduo. Importa e urge substituir a actual cultura da violência por uma cultura de paz e de divulgação dos valores morais; a saúde e a sobrevivência da humanidade irão depender dessa mudança de rumo.
Da mesma forma que são necessários mexer muitos menos músculos para fazer um sorriso rir do que para fazer uma cara feia, também é infinitamente mais simples e muito mais empolgante respeitar, saber apreciar, amar e acarinhar o nosso semelhante, do que odiá-lo e combatê-lo repetidamente, até a exaustão, num combate desprovido de qualquer lógica e com a agravante de nem sequer ter um fim à vista.
Porque será que, todos nós, salvo raras excepções, deixamos e pactuamos com esta espiral infernal de insegurança permanente, de violência e de morte, que só conduzem a humanidade inteira para o abismo que ninguém, no seu juiz normal, pode verdadeiramente querer ? A felicidade genuína e benfeitora, aliada ao maravilhoso prazer de viver em paz, com respeito e em plena harmonia connosco e com o nosso semelhante, é parecida como um estado de desafogo financeiro e seu consequente bem estar individual e social. Uma vez que o experimentamos, dominamos e extraímos dele todo o proveito possível, torna-se impensável fazer conscientemente um regresso ao passado, aceitar tacitamente voltar ao tempo onde a falta de dinheiro era sinónimo de uma indisfarçável angústia e de sofrimentos diversos.
Como já disse aqui, nesta tribuna livre de opiniões, aberta a todos os homens de boa vontade e não só, numa anterior mensagem: Viva o Bom, o Bonito e o Belo, Honra lhes seja feita, sabendo que está ao nosso alcance acarinhar os anjos, as sereias e outras divindades vindas do paraíso, deixando definitivamente o diabo e seus maléficos diabretes, consumirem-se lenta e seguramente nas insondáveis profundezas da fornalha do inferno.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Mensagem para a juventude

Como todos sabemos, na vida do ser humano, a juventude não é nada mais do que uma simples fase transitória, que começa no final da chamada meninice e termina quando se atinge a maioridade civil, sinónimo de responsabilidades acrescidas, perante a lei e perante os homens. De uma certa forma, a adolescência será, no contexto da vida do indivíduo, uma das fases mais importantes, senão mesmo, a mais importante de todas, pelo facto de proporcionar ao jovem as premissas de uma desejável autonomia, abrindo-lhe progressivamente as apetecíveis portas de um mundo novo, pronto para ser descoberto, com um compreensível apetite e uma saudável curiosidade.
Existem, felizmente por esse mundo fora, mil e uma maravilhas à espera de serem encontradas e experimentadas, pela simples razão de que são estimulantes e enriquecedoras para o ser humano.
Embora a pesquisa do prazer, a sua descoberta e os seus efeitos sejam tão naturais como aliciantes para qualquer um, importa fundamentalmente que o jovem, esse aprendiz da vida, tenha absoluta consciência de que, atrás do encanto, possam esconder-se determinadas armadilhas. Estas, normalmente, são o produto da mente tortuosa de gente perversa, que as coloca voluntariamente no caminho do jovem, de forma a poder atingir os seus baixos propósitos, usando para o efeito diversos meios atractivos e enganadores, tais como, o dinheiro fácil e a promessa de novas e fabulosas sensações. Um dos piores problemas, reside no facto de que, depois de provar alguns desses novos prazeres, tais como as drogas e o álcool, o jovem não tem forças suficientes para se limitar a uma simples prova.
As muitas centenas de milhares de jovens que aceitaram fazer tais experiências e que, seguidamente, se tornaram dependentes seja do álcool, seja das drogas, quando não dos dois simultaneamente, não pretendiam nada mais do que limitar-se a obedecer com o objectivo de se sentirem iguais aos outros, serem aceites pelo grupo e nele permanecerem, com sentimento de orgulho e de satisfação.
Lamentável e infinitamente triste será dizer, que todos aqueles que não resistiram aos efeitos destruidores de tais prazeres envenenados, já não se encontram no mundo dos vivos para poderem contar as suas desgraçadas experiências, aos muitos ingénuos que persistem, ainda hoje, em considerar-se mais espertos do que ou outros.
Se, a esse conhecido e doloroso panorama, se juntar o risco do jovem ter relações sexuais não protegidas, com pessoas portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST), chega-se à conclusão de que a juventude actual brinca perigosamente com a única vida que tem.
Os que, por mera sorte, conseguirem passar através das apertadas malhas desta engrenagem infernal, devem ter plena consciência de que, enfraquecidos ou não com essas malfadadas experiências, eles serão os adultos de amanhã, aqueles mesmos a quem incumbirá a pesada responsabilidade de dirigir os destinos de um mundo cada vez mais perturbado e fatalmente perturbador.
Curiosamente, sempre que surge uma nova geração de jovens, aquela que vem a seguir, fica confrontada com novas modas, novas possibilidades e também com novas armadilhas. A adaptação a essa transição afigura-se cada vez mais difícil, tendo em conta que as profundas mudanças verificadas ultimamente na sociedade, não facilitam a indispensável aproximação entre os diversos membros da família, nomeadamente, pais e filhos, que têm, hoje em dia, agendas e preocupações pouco ou nada compatíveis. A chegada das chamadas novas tecnologias e a sua forte penetração nos novos hábitos de vida, reforça e agrava uma situação de verdadeira dependência, entre elas e os seus cada vez mais jovens utilizadores. Entre os telemóveis, jogos electrónicos, Internet e seu You Tube, os leitores de música e outros acessórios da última geração, os pais, em nome de uma pseudo felicidade dos seus filhos, compram-lhes tudo o que o dinheiro pode comprar e ficam orgulhosos de proporcionar a esses mesmos filhos, um estatuto de igualdade ou de superioridade, perante uma massa anónima de outros adolescentes, também obcecados pela posse e uso destes imprescindíveis acessórios. Hoje, e com uma tendência crescente, os tais acessórios, conjuntamente com a imagem do jovem, transmitem a ideia que valorizam significativamente mais o indivíduo, do que as suas reais capacidades intelectuais e os seus valores morais !!
A forma e a velocidade com a qual o nosso mundo vai evoluindo, obriga a que a preparação do jovem, a qualidade do ensino, assim como a sua perfeita capacidade de assimilação, se aproximem o mais possível do grau de excelência. Desse resultado, irá depender a qualidade e serenidade das gerações vindouras, incluindo a dos jovens de hoje que serão os adultos de amanhã. Tendo isso em consideração, importa muito particularmente ao jovem abrir a sua mente com a maior das atenções aquando da transmissão dessa infinita riqueza da civilização humana que é a cultura geral, autêntica dádiva de uma multiplicidade de gerações, que transformaram as suas experiências de vida, sacrifícios e sofrimentos, num valioso e insubstituível capital ao serviço de todos, a denominada sabedoria.
Por tudo isso, este capital de saberes, transmitido em grande parte pela família e pelo ensino, assume, para o jovem, uma importância capital, na medida em que, numa sociedade, como já o dissemos, em acelerada evolução, cada vez mais exigente e mais competitiva, os que não tiverem, nem ambição, nem força de vontade, nem o perfeito domínio de uma cultura altamente especializada, ficarão destinados, amanhã, quando adultos, a ocupar os lugares de segunda escolha, longe, muito longe do sonho inicial que alimentava a esperança de uma vida confortável e feliz.
Agora e desde sempre, a esmagadora maioria dos jovens têm, entre eles, um ponto em comum. Por terem apreendido muito em pouco tempo, convencem-se de que já sabem tudo e, consequentemente, dominam os mais velhos (os cotas) e portanto, também dominam o mundo, que, aliás, só pode, naturalmente, estar aos seus pés. Em abono da verdade, tal teoria nunca trouxe bons resultados, pelo contrário. Humildade e realismo serão certamente as melhores armas para lutar eficazmente contra os orgulhos exacerbados.
O mais importante para o aprendiz da vida, é saber que, por natureza, a esmagadora maioria das coisas que facultam prazer têm sempre o reverso da medalha e que é possível incrementar esse mesmo prazer, se se souber eliminar o risco que lhe é inerente. Esse domínio, passa por saber ouvir e analisar atentamente e nunca recear questionar os mais crescidos, quanto aos seus conhecimentos sobre a perigosidade destes riscos e aprender com eles a melhor forma de combater eficazmente os mesmos. Convém não esquecer, que por muito aliciante que seja o prazer, há males que, podendo ser-lhes inerentes, deixam no ser humano, marcas graves e indeléveis, aquelas mesmas que são unanimemente visíveis em todos os infelizes e todos os falhados.
Contudo, o jovem tem que saber e ter plena consciência, que essa referida fase da juventude tem características únicas na vida do ser humano. Eliminando as excepções que, como sempre, confirmam a regra, o corpo e a mente do jovem possuem todas as condições para tirar proveito das diversificadas faculdades humanas e aproximar-se dos limites que a natureza impõe. Enquanto a parte física do corpo se desenvolve numa harmonia quase perfeita, obedecendo a todas as solicitações e à beleza do ser, exulte, iluminando e irradiando uma prolongada frescura, a mente, por sua vez, brilha de uma alegria comunicativa perante a descoberta de um novo e cativante mundo. Importa que o jovem se aperceba da transitoriedade dessa fase da vida e saiba que o Homem não está equipado com nenhuma marcha atrás. Cada dia que passa pertence à história do passado individual e o futuro, enquanto existe, enfrenta-se com a consciência de que se caminha em direcção às inevitáveis batalhas contra a adversidade da vida. O conhecimento e domínio dessa realidade, permite e proporciona ao jovem uma vida mais intensa e mais feliz. De nada serviria, uma vez terminada essa fase transitória, vir a sentir remorsos por ter deixado escapar oportunidades inerentes à juventude.
No texto : “O adeus de um génio”, atribuído ao grande Gabriel Garcia Marquez, onde fica patente uma invulgar sensibilidade humana e poética, a bela lição de vida diz, entre outros, o seguinte :

“ Se não o fizeres hoje, o amanhã será igual a ontem. E se não o fizeres nunca, também não importa. O verdadeiro momento, é o agora “

Essa forma de pensar e de escrever, tem por objectivo realçar a importância do agora, do momento e porque não, também, de uma determinada fase, como será o caso da juventude de que falamos. Essa juventude, é de facto tão essencial, que tem obrigatoriamente que ser vivida com a intensidade própria, com alegria e com a devida prudência, mas também, com inteligência, muita inteligência, porque é seguramente a fase que irá condicionar toda uma vida de adulto, transportando para as fases seguintes, as normais consequências de todos os vícios e virtudes adquiridas nesses anos dourados.
Da mesma maneira que compete aos adultos entenderem as necessidades próprias da juventude, e saber coabitar pacificamente com os sinais de superficialidade, frivolidade, leviandade e irreverência que caracterizam os jovens em geral, também compete a esses mesmos jovens, seguir as orientações vindas dos mais velhos, tirar proveito da experiência adquirida, sentir e demonstrar o indispensável respeito para com os adultos, sem nunca esquecer que antes de serem adultos, todos eles também foram crianças e adolescentes, pesa embora com menos gadgets electrónicos do que hoje, mas com as mesmíssimas obrigações e deveres a que está sujeito qualquer cidadão do mundo.

Quando o jovem de hoje, pela sua vez, se transformar num adulto, casado, pai de filhos e profissionalmente activo, ele lembrar-se-á, com ternura e emoção, de como era bom e fácil ser-se jovem, frívolo e irreverente, comparado com a responsabilidade inerente ao adulto desejoso de amar os seus, protegê-los e fazê-los felizes, enquanto vê, impotente, desfilar os anos à velocidade da luz, sem nada poder fazer para alterar a única e inelutável verdade da vida, a lenta aproximação de um fim, última e derradeira fase que a natureza nos impõe, antes de darmos o grande salto para o desconhecido, de onde não há retorno possível.

Entre o momento da nossa chegada a esse mundo e o da nossa despedida, temos e sempre teremos uma só e única vida.
Está nas vossas mãos escolher viver essa vida em boa inteligência, paz e harmonia consigo mesmo, com os outros e com o mundo, ou, se preferirem, deixarem-se simplesmente viver até que algo aconteça ou então, optarem voluntariamente por uma atitude de confronto para com as regras estabelecidas e de indisciplina perante pais, educadores e superiores hierárquicos, correndo o risco de chocar tudo e todos, despertando sentimentos negativos, podendo guiar o próprio e os outros pelos caminhos do ódio, sempre geradores de desafios, de combates, de guerras e de morte prematuras.

Antes de tomar as atitudes e as decisões que impliquem a sua responsabilidade e a da sociedade onde se insere, além de ouvir a voz da sua “consciência pessoal”, obrigue-se sempre e sistematicamente a ouvir também a voz da razão, a da sabedoria e porque não pedir conselhos junto de quem sabe e em quem confia.

Assim, poderá partilhar e diminuir as suas dificuldades e orgulhar-se legitimamente dos seus sucessos.

Sempre que tiver algum tempo, tente aproximar-se atentamente dos provérbios populares, eles são, além do resultado de séculos de observações, uma fonte inesgotável de verdadeiros tesouros de sabedoria, essência do Homem e da sua civilização milenar. Eis alguns exemplos :

“Dá sempre sete voltas na boca com a tua língua, antes de falar”

“Pequeno um dia será grande”

“Quando não souberes algo, pergunta aos jovens, eles, sabem sempre tudo”

“Mais tarde, quando fores crescido, tem cuidado com o teu dinheiro, cuidado com o que fazes e cuidado com o que dizes, porque se não tiveres o cuidado suficiente, corres o risco de gastar o que não tens, de fazer o que não podes e de dizer o que não deves”

“Não há mais surdo do que aquele que não quer ouvir”

“O pote, por ir muitas vezes à fonte, acaba sempre por partir-se”

“ Os insultos são a razão daqueles que não a têm”

OOOOOOOOOOOOOOO Boa sorte e boa viagem na rota do tempo OOOOOOOOOOOOOOO