Na balbúrdia da incessante azáfama diária que caracteriza normalmente a ocupação do nosso tempo, entre o árduo levantar e o abençoado deitar, não sobra praticamente nenhum espaço suficiente para olharmos atentamente à nossa volta, para reparar, descobrir e apreciar uma imensidade de coisas bonitas e agradáveis que nos rodeiam.
Um dos males invisíveis que caracterizam a nossa actual e estranha forma de civilização, é, nomeadamente, a infindável falta de tempo que condiciona negativamente a nossa agenda, o que implica vivermos permanentemente com excesso de velocidade, onde a superficialidade do olhar e do pensamento se tornam inimigas de uma ambicionada e aprazível qualidade de vida.
Aquando da longínqua criação do nosso universo, na sequência de um inimaginável e estrondoso big bang, os átomos recém formados juntaram-se aos milhões e, com o passar dos muitos milénios e séculos, conseguiram criar, muito além dos indispensáveis elementos naturais, uma infinidade sempre crescente de plantas e animais, na maior parte das vezes completamente diferentes, mas frequentemente complementares uns dos outros. Esta sinergia, assim conseguida, ajudou a moldar o nosso planeta, até ele nos oferecer um berço de vida repleto de beleza e de harmonia.
Se, por um lado, não devemos nem podemos cair na ideia deveras utópica de desejar um regresso ao passado, numa vã tentativa de desfrutar o Bom e o Bonito que a Terra possui, podemos e devemos recomeçar a fazer um uso apropriado dos sentidos naturais que nos foram atribuídos.
Assim sendo, deveremos voltar a olhar de uma forma atenta, selectiva e maravilhada o meio envolvente, sentirmos os muitos aromas que flutuam à nossa volta com grande suavidade, tocarmos com uma sensibilidade acrescida a beleza das coisas ao nosso alcance, ouvirmos a musicalidade dos variados sons com a melhor das atenções e, por fim, provar com gosto apurado e redobrado, tudo o que ainda compõe essa incomensurável beleza que nos rodeia e da qual somos parte imprescindível para completar essa acolhedora harmonia.
Entre os passarinhos e demais insectos cantantes e saltitantes, as múltiplas borboletas coloridas, indolentes e silenciosas, as aves de porte maior que planam elegantemente no azul do céu, os peixinhos de formas, tamanhos e cores infinitas, as plantas que oferecem juntas a maior quantidade de tons verdes existentes, as flores que não param de compor uma diversidade de pautas de cores, as árvores que majestosamente nos abrigam debaixo da sua reconfortante sombra e nos convidam a provar as suas frutas de sabor, tamanhos e cores ilimitados. A água límpida e apressada dos rios descendo das zonas montanhosas, as cascatas que embalam os nossos ouvidos graças a uma musicalidade subtil, os gritos diurnos e nocturnos, suaves ou estridentes emitidos pelos nossos amigos, os animais ditos selvagens. A força estrondosa dos mares e oceanos que mandam incansavelmente para nós uma interminável sucessão de ondas de crista branca que ruidosamente atacam as praias de areia, ou as rochas circundantes. Os mais do que misteriosos fundos marinhos que guardam religiosamente nos seus abismos espécies desconhecidas de plantas, peixes e crustáceos. A luz incandescente do astro rei e sua diversidade de tons vermelhos e laranjas que incendeiam o céu, do nascer ao pôr-do-sol. A misteriosa luz cintilante das estrelas que povoam as profundezas insondáveis das nossas noites e a brancura insolente da Lua que se dá o luxo de aparecer perante nós, com tamanhos e formas diferentes, quando não joga às escondidas por entre as nuvens que, silenciosamente, se movem acima de nós e das nossas cabeças.
Os caprichos do tempo que, consoante as temperaturas baixas ou altas, resolve molhar-nos com mais ou menos intensidade, através de uma extraordinária quantidade de brilhantes gotas de água caídas do céu, ou nos acaricia com os seus flocos de neve branca e pura, cujos cristais, todos diferentes uns dos outros, representam a forma simétrica mais perfeita da nossa acolhedora natureza.
A extrema violência dos vulcões em erupção que ejectam pedras e rochas incandescentes, rodeadas de fumos intensos e negros que podem atingir vários quilómetros de altura em direcção ao céu.
No meio deste infindável leque de variedade de espécies, de cores e de vidas, encontra-se em todo o lado e em qualquer latitude ou longitude, a nossa própria espécie, dita humana, que também tem uma beleza verdadeiramente sui generis, tanto na sua forma como na sua capacidade física e intelectual.
Era bom, muito bom, para não dizer mesmo reconfortante a apaziguador, que em vez de corrermos de manhã à noite, fugindo dos males que nos atormentam, malgré nous, deveríamos voltar a consagrar tempo, dedicação e amor a nós próprios e a tudo o que nos rodeia, por forma a beber, saborear à boca cheia e abraçar amigavelmente a natureza e os nossos irmãos, que também anseiam por uma paz tão aprazível como reconfortante, capaz, por si só, de acalentar e aconchegar o que ainda sobra das nossas mentes e das nossas almas esquecidas.
Termos tanta beleza, amor e graciosidade dentro de nós e à nossa volta e não sermos capazes de desfrutar dessa dádiva dos deuses, é o mesmo que deitar fora os nossos sentidos que, juntos, sustentam e dinamizam a nossa identidade, a nossa capacidade estranhamente invulgar de sermos vivos e aguçam a nossa maravilhosa e insubstituível sensibilidade.
Pensam nisso, vale a pena.
Um dos males invisíveis que caracterizam a nossa actual e estranha forma de civilização, é, nomeadamente, a infindável falta de tempo que condiciona negativamente a nossa agenda, o que implica vivermos permanentemente com excesso de velocidade, onde a superficialidade do olhar e do pensamento se tornam inimigas de uma ambicionada e aprazível qualidade de vida.
Aquando da longínqua criação do nosso universo, na sequência de um inimaginável e estrondoso big bang, os átomos recém formados juntaram-se aos milhões e, com o passar dos muitos milénios e séculos, conseguiram criar, muito além dos indispensáveis elementos naturais, uma infinidade sempre crescente de plantas e animais, na maior parte das vezes completamente diferentes, mas frequentemente complementares uns dos outros. Esta sinergia, assim conseguida, ajudou a moldar o nosso planeta, até ele nos oferecer um berço de vida repleto de beleza e de harmonia.
Se, por um lado, não devemos nem podemos cair na ideia deveras utópica de desejar um regresso ao passado, numa vã tentativa de desfrutar o Bom e o Bonito que a Terra possui, podemos e devemos recomeçar a fazer um uso apropriado dos sentidos naturais que nos foram atribuídos.
Assim sendo, deveremos voltar a olhar de uma forma atenta, selectiva e maravilhada o meio envolvente, sentirmos os muitos aromas que flutuam à nossa volta com grande suavidade, tocarmos com uma sensibilidade acrescida a beleza das coisas ao nosso alcance, ouvirmos a musicalidade dos variados sons com a melhor das atenções e, por fim, provar com gosto apurado e redobrado, tudo o que ainda compõe essa incomensurável beleza que nos rodeia e da qual somos parte imprescindível para completar essa acolhedora harmonia.
Entre os passarinhos e demais insectos cantantes e saltitantes, as múltiplas borboletas coloridas, indolentes e silenciosas, as aves de porte maior que planam elegantemente no azul do céu, os peixinhos de formas, tamanhos e cores infinitas, as plantas que oferecem juntas a maior quantidade de tons verdes existentes, as flores que não param de compor uma diversidade de pautas de cores, as árvores que majestosamente nos abrigam debaixo da sua reconfortante sombra e nos convidam a provar as suas frutas de sabor, tamanhos e cores ilimitados. A água límpida e apressada dos rios descendo das zonas montanhosas, as cascatas que embalam os nossos ouvidos graças a uma musicalidade subtil, os gritos diurnos e nocturnos, suaves ou estridentes emitidos pelos nossos amigos, os animais ditos selvagens. A força estrondosa dos mares e oceanos que mandam incansavelmente para nós uma interminável sucessão de ondas de crista branca que ruidosamente atacam as praias de areia, ou as rochas circundantes. Os mais do que misteriosos fundos marinhos que guardam religiosamente nos seus abismos espécies desconhecidas de plantas, peixes e crustáceos. A luz incandescente do astro rei e sua diversidade de tons vermelhos e laranjas que incendeiam o céu, do nascer ao pôr-do-sol. A misteriosa luz cintilante das estrelas que povoam as profundezas insondáveis das nossas noites e a brancura insolente da Lua que se dá o luxo de aparecer perante nós, com tamanhos e formas diferentes, quando não joga às escondidas por entre as nuvens que, silenciosamente, se movem acima de nós e das nossas cabeças.
Os caprichos do tempo que, consoante as temperaturas baixas ou altas, resolve molhar-nos com mais ou menos intensidade, através de uma extraordinária quantidade de brilhantes gotas de água caídas do céu, ou nos acaricia com os seus flocos de neve branca e pura, cujos cristais, todos diferentes uns dos outros, representam a forma simétrica mais perfeita da nossa acolhedora natureza.
A extrema violência dos vulcões em erupção que ejectam pedras e rochas incandescentes, rodeadas de fumos intensos e negros que podem atingir vários quilómetros de altura em direcção ao céu.
No meio deste infindável leque de variedade de espécies, de cores e de vidas, encontra-se em todo o lado e em qualquer latitude ou longitude, a nossa própria espécie, dita humana, que também tem uma beleza verdadeiramente sui generis, tanto na sua forma como na sua capacidade física e intelectual.
Era bom, muito bom, para não dizer mesmo reconfortante a apaziguador, que em vez de corrermos de manhã à noite, fugindo dos males que nos atormentam, malgré nous, deveríamos voltar a consagrar tempo, dedicação e amor a nós próprios e a tudo o que nos rodeia, por forma a beber, saborear à boca cheia e abraçar amigavelmente a natureza e os nossos irmãos, que também anseiam por uma paz tão aprazível como reconfortante, capaz, por si só, de acalentar e aconchegar o que ainda sobra das nossas mentes e das nossas almas esquecidas.
Termos tanta beleza, amor e graciosidade dentro de nós e à nossa volta e não sermos capazes de desfrutar dessa dádiva dos deuses, é o mesmo que deitar fora os nossos sentidos que, juntos, sustentam e dinamizam a nossa identidade, a nossa capacidade estranhamente invulgar de sermos vivos e aguçam a nossa maravilhosa e insubstituível sensibilidade.
Pensam nisso, vale a pena.
1 comentário:
Parece-me que a sua reflexão é mais ou menos consensual e todos nós nos podemos identificar em maior ou menor grau com as suas preocupações, que são universais.
Eu acrescentaria que cabe a cada um encontrar o seu caminho para aproveitar a vida da melhor maneira.
Aguardamos mais reflexões!
Enviar um comentário