Uma das piores coisas que normalmente acabam por prejudicar o ser humano, é sem dúvida a sua capacidade natural de habituar-se pacatamente às mais diversas situações, mormente aquelas que lhe são desfavoráveis.
Como é sabido de todos, um país é constitucionalmente separado em duas partes distintas: De um lado, existe o Estado, soberano, composto e dirigido por profissionais da política, (organizados em poderosos partidos), cuja meritória função inicial, consistia em estar dedicada e orgulhosamente ao serviço da Nação e dos seus habitantes; do outro lado, existe uma população que representa simultaneamente posições diferentes, tais como, as dos cidadãos, eleitores e contribuintes, que, graças ao fruto do seu trabalho, sustentam obrigatoriamente a pesada máquina do Estado e os seus muitos servidores, pagando durante uma vida inteira os numerosos impostos criados para o efeito. Com o dinheiro remanescente (graças a Deus!), a população conquistou merecidamente o direito de se sustentar a si própria.
Com o passar do tempo, a maioria dos numerosos supostos servidores do Estado, apreendeu a jogar pelo seguro, acautelando preferencialmente os seus interesses pessoais, garantindo também favores a amigos, colegas e conhecidos, quando não a familiares, mas, verdade seja dita, sempre com grande e infalível eficácia. O actual escândalo do parlamento europeu será uma minúscula gota de água num oceano de abusos diversos.
A população, por sua vez, foi perdendo o seu estatuto de súbdito, (elemento primordial) ou, a verdadeira razão de ser de uma Nação, submetendo-se gradualmente, e em desespero de causa, à força e ao poder do Estado, à sua tentacular, omnipresente e prepotente máquina administrativa, fiscalizadora, policial e judicial. Eterno combate do pote de barro contra o bote de ferro, com vencedor anunciado !!
Conclusão, devido ao fortalecimento progressivo do Estado e seus respectivos “donos” perante uma assumida passividade da população, que julga não ter por onde escolher, as posições iniciais inverteram-se e, paradoxalmente, existe hoje o forte sentimento de que a Nação é composta por uns milhões de cidadãos, eleitores e contribuintes, verdadeiramente encurralados, num só e único papel, o de colocar-se disciplinadamente ao serviço e às ordens dos novos “donos” do Estado. Enfim, um mundo ao contrário.
Assim, temos actualmente um Estado que desfruta de poderes bastantes que, juntos, lhe permitem ser simultaneamente autoritário, arrogante, intocável e prepotente, o que torna impossível a aplicação do princípio de equidade entre o Estado e o cidadão e consequentemente, reduz assim drasticamente ou elimina mesmo, a existência de uma verdadeira justiça em favor das populações, os “fracos” por definição. Como é possível hoje ter a ingenuidade de crer que os poderosos partidos, (que só sabem guerrear-se e insultar-se entre si), representam (desinteressadamente) os interesses da população? Como é que esses mesmos partidos persistem, ao fim de tantos anos, em convencer-se de que para ganhar votos, o único caminho é o da critica acesa e do “bota abaixo” dos seus adversários políticos, em vez de inteligentemente, apresentarem propostas e soluções concretas de que o país carece vergonhosamente? Há quem afirme que caminhamos para uma nova ditadura! Existem indubitavelmente, com este governo, sinais altamente preocupantes que apontam nesse sentido.
Face a esse triste panorama, será legítimo perguntar, porquê, e em nome de quê, o Estado se arroga o direito exclusivo de fiscalizar as empresas privadas, quando se sabe que o contrário é praticamente impossível da parte do cidadão anónimo. Quem pode verificar o destino real de todos os milhões de milhões gastos pelo sector público e quais as sanções aplicadas em caso de malversações ? Quem decide o valor dos ordenados escandalosamente elevados, fora os carros de luxo e as chorudas regalias, dos dignatários do Estado? Que responsabilidade civil e penal é, de facto, atribuída a qualquer servidor do Estado, ministro ou outro, quando, por causa de decisões erradas, os prejuízos se cifram em milhões que o desgraçado do contribuinte deverá, sem escolha, suportar e custear ? Qual o político que não ocupa simultaneamente diversos “cargos” em instituições, empresas, bancos e fundações, com interesses diversos em cada uma deles ? Porque razão não existem penalidades contra o Estado e em benefício do cidadão contribuinte ou empresas privadas (juros, multas, coimas), quando o Estado não honra seus compromissos, como é o caso no sentido oposto ? Todos sabemos que o Estado tem, legalmente, privilégios de vários ordens, quando as mesmas são totalmente inacessíveis a pessoas particulares ou colectivas! Já reparam que o Estado tem sempre e invariavelmente a última palavra em caso de controvérsia entre público e privado ? O que pretende realmente a extrema complexidade e ambiguidade da fraseologia usada na redacção das leis, senão o facto de dificultar ou impedir a sua compreensão, de quem não tem formação jurídica ? Afinal, quem policia a polícia e quem tem poder e meios para fiscalizar o próprio Estado ? Sem uma verdadeira equidade de meios e de tratamento, o simples cidadão trava contra o Estado um combate ilegal, viciado à partida !
Se existisse mesmo qualquer reciprocidade ao nível da responsabilização individual, público versus Estado, haveria obviamente responsáveis do Estado condenados por incúria, malversações, incapacidade, erros graves, etc, etc !!! Quem duvida que o enriquecimento rápido dos novos “donos” é inversamente proporcional ao empobrecimento crescente da população ? Porque é que a impunidade beneficia alguns, (sempre os mesmos) e nunca, ou muito raramente, se aplica a outros ?
Tal comportamento denuncia, da parte do Estado, a apropriação da máxima do conhecido Imperador francês Napoleão Bonaparte : “Façam aquilo que vos digo e não aquilo que eu faço”.
Também podemos dizer, de uma outra forma, que o Estado tem as suas razões que o próprio cidadão eleitor contribuinte, não tem !!!
Na sequência dessa curtíssima amostragem de legítimas perguntas e observações, quem pode afirmar e comprovar que o Estado será, sem margem para dúvidas, uma intitulada “pessoa de bem” ?
A quem cabe a responsabilidade e culpa dessa lamentável situação? Tão simplesmente aos cidadãos eleitores contribuintes adormecidos que somos, porque nada ou muito pouco fazemos para exigir mudanças profundas, supostas ajudarem a repor as coisas no seu devido lugar.
Criticar e levantar a voz timidamente não será suficiente para influenciar o nosso destino colectivo. Quem detém firmemente o poder nas suas mãos, e que está pronto a tudo para o conservar, sabe, coma diz a sabedoria popular, que “ Cão que ladra não morde”.
Este crescente sofrimento das populações, em consequência das mais diversas razões que todos conhecemos, aliado a uma mais do que assumida passividade que nasce do carácter desigual deste combate entre o pote de ferro e o pote de barro, assemelha-se a uma determinada patologia denominada: masoquismo intelectual.
Doa a quem doer.
Como é sabido de todos, um país é constitucionalmente separado em duas partes distintas: De um lado, existe o Estado, soberano, composto e dirigido por profissionais da política, (organizados em poderosos partidos), cuja meritória função inicial, consistia em estar dedicada e orgulhosamente ao serviço da Nação e dos seus habitantes; do outro lado, existe uma população que representa simultaneamente posições diferentes, tais como, as dos cidadãos, eleitores e contribuintes, que, graças ao fruto do seu trabalho, sustentam obrigatoriamente a pesada máquina do Estado e os seus muitos servidores, pagando durante uma vida inteira os numerosos impostos criados para o efeito. Com o dinheiro remanescente (graças a Deus!), a população conquistou merecidamente o direito de se sustentar a si própria.
Com o passar do tempo, a maioria dos numerosos supostos servidores do Estado, apreendeu a jogar pelo seguro, acautelando preferencialmente os seus interesses pessoais, garantindo também favores a amigos, colegas e conhecidos, quando não a familiares, mas, verdade seja dita, sempre com grande e infalível eficácia. O actual escândalo do parlamento europeu será uma minúscula gota de água num oceano de abusos diversos.
A população, por sua vez, foi perdendo o seu estatuto de súbdito, (elemento primordial) ou, a verdadeira razão de ser de uma Nação, submetendo-se gradualmente, e em desespero de causa, à força e ao poder do Estado, à sua tentacular, omnipresente e prepotente máquina administrativa, fiscalizadora, policial e judicial. Eterno combate do pote de barro contra o bote de ferro, com vencedor anunciado !!
Conclusão, devido ao fortalecimento progressivo do Estado e seus respectivos “donos” perante uma assumida passividade da população, que julga não ter por onde escolher, as posições iniciais inverteram-se e, paradoxalmente, existe hoje o forte sentimento de que a Nação é composta por uns milhões de cidadãos, eleitores e contribuintes, verdadeiramente encurralados, num só e único papel, o de colocar-se disciplinadamente ao serviço e às ordens dos novos “donos” do Estado. Enfim, um mundo ao contrário.
Assim, temos actualmente um Estado que desfruta de poderes bastantes que, juntos, lhe permitem ser simultaneamente autoritário, arrogante, intocável e prepotente, o que torna impossível a aplicação do princípio de equidade entre o Estado e o cidadão e consequentemente, reduz assim drasticamente ou elimina mesmo, a existência de uma verdadeira justiça em favor das populações, os “fracos” por definição. Como é possível hoje ter a ingenuidade de crer que os poderosos partidos, (que só sabem guerrear-se e insultar-se entre si), representam (desinteressadamente) os interesses da população? Como é que esses mesmos partidos persistem, ao fim de tantos anos, em convencer-se de que para ganhar votos, o único caminho é o da critica acesa e do “bota abaixo” dos seus adversários políticos, em vez de inteligentemente, apresentarem propostas e soluções concretas de que o país carece vergonhosamente? Há quem afirme que caminhamos para uma nova ditadura! Existem indubitavelmente, com este governo, sinais altamente preocupantes que apontam nesse sentido.
Face a esse triste panorama, será legítimo perguntar, porquê, e em nome de quê, o Estado se arroga o direito exclusivo de fiscalizar as empresas privadas, quando se sabe que o contrário é praticamente impossível da parte do cidadão anónimo. Quem pode verificar o destino real de todos os milhões de milhões gastos pelo sector público e quais as sanções aplicadas em caso de malversações ? Quem decide o valor dos ordenados escandalosamente elevados, fora os carros de luxo e as chorudas regalias, dos dignatários do Estado? Que responsabilidade civil e penal é, de facto, atribuída a qualquer servidor do Estado, ministro ou outro, quando, por causa de decisões erradas, os prejuízos se cifram em milhões que o desgraçado do contribuinte deverá, sem escolha, suportar e custear ? Qual o político que não ocupa simultaneamente diversos “cargos” em instituições, empresas, bancos e fundações, com interesses diversos em cada uma deles ? Porque razão não existem penalidades contra o Estado e em benefício do cidadão contribuinte ou empresas privadas (juros, multas, coimas), quando o Estado não honra seus compromissos, como é o caso no sentido oposto ? Todos sabemos que o Estado tem, legalmente, privilégios de vários ordens, quando as mesmas são totalmente inacessíveis a pessoas particulares ou colectivas! Já reparam que o Estado tem sempre e invariavelmente a última palavra em caso de controvérsia entre público e privado ? O que pretende realmente a extrema complexidade e ambiguidade da fraseologia usada na redacção das leis, senão o facto de dificultar ou impedir a sua compreensão, de quem não tem formação jurídica ? Afinal, quem policia a polícia e quem tem poder e meios para fiscalizar o próprio Estado ? Sem uma verdadeira equidade de meios e de tratamento, o simples cidadão trava contra o Estado um combate ilegal, viciado à partida !
Se existisse mesmo qualquer reciprocidade ao nível da responsabilização individual, público versus Estado, haveria obviamente responsáveis do Estado condenados por incúria, malversações, incapacidade, erros graves, etc, etc !!! Quem duvida que o enriquecimento rápido dos novos “donos” é inversamente proporcional ao empobrecimento crescente da população ? Porque é que a impunidade beneficia alguns, (sempre os mesmos) e nunca, ou muito raramente, se aplica a outros ?
Tal comportamento denuncia, da parte do Estado, a apropriação da máxima do conhecido Imperador francês Napoleão Bonaparte : “Façam aquilo que vos digo e não aquilo que eu faço”.
Também podemos dizer, de uma outra forma, que o Estado tem as suas razões que o próprio cidadão eleitor contribuinte, não tem !!!
Na sequência dessa curtíssima amostragem de legítimas perguntas e observações, quem pode afirmar e comprovar que o Estado será, sem margem para dúvidas, uma intitulada “pessoa de bem” ?
A quem cabe a responsabilidade e culpa dessa lamentável situação? Tão simplesmente aos cidadãos eleitores contribuintes adormecidos que somos, porque nada ou muito pouco fazemos para exigir mudanças profundas, supostas ajudarem a repor as coisas no seu devido lugar.
Criticar e levantar a voz timidamente não será suficiente para influenciar o nosso destino colectivo. Quem detém firmemente o poder nas suas mãos, e que está pronto a tudo para o conservar, sabe, coma diz a sabedoria popular, que “ Cão que ladra não morde”.
Este crescente sofrimento das populações, em consequência das mais diversas razões que todos conhecemos, aliado a uma mais do que assumida passividade que nasce do carácter desigual deste combate entre o pote de ferro e o pote de barro, assemelha-se a uma determinada patologia denominada: masoquismo intelectual.
Doa a quem doer.