Quando Ferdinand Verbiest tem, em 1769, a ideia de conceber um sistema mecânico que permitisse ao Homem deslocar-se sem esforço, nunca poderia ter imaginado que essa inocente ideia, revolucionaria posteriormente o mundo, num espaço relativamente curto de tempo. Assim, inspirado neste sonho, nasce, em 1771, pela mão de Joseph Cugnot, o primeiro carro, movido a vapor e capaz de avançar a uma “estonteante” velocidade de 4 km por hora, durante aproximadamente uma quinzena de minutos !! Espantoso, um autêntico milagre da engenharia !
Desde então, o Homem fez tudo para conquistar essa extraordinária máquina, mas na realidade, justiça lhe seja feita, foi e continua a ser a máquina que conquistou efectiva e definitivamente o Homem.
Quem tenha já experimentado os prazeres da condução automóvel, sabe e recorda-se, sem dúvida, que os seus primeiros contactos com a máquina, foram recheados de estranhas e encantadoras sensações. O simples acto de dirigir e comandar uma reluzente máquina, provoca normalmente a sensação de estar a viver uma certa magia, que deslumbra os nossos sentidos e as nossas emoções. Quanto maiores forem as capacidades técnicas e quanto mais elegantes forem as linhas que compõem a aerodinâmicas do engenho, maior é o prazer e o orgulho de quem está sentado atrás do volante de um tal bólide. Num espaço inferior a um quarto de século, se é verdade que o sucesso do automóvel se tornou universal e absolutamente esmagador, também é incontestável, que a sua alargada utilização é responsável por uma sinistralidade que, lamentavelmente, cresce proporcionalmente ao tempo que passa e com o números de veículos efectivamente em circulação.
Entretanto, foi necessário adaptar as vias de comunicação rodoviária, às performances das máquinas, cada vez mais potentes e velozes. É claro, que tanto as máquinas como as estradas têm os seus limites e os seus defeitos, como em tudo na vida, mas o pior de todos os males ligados à circulação rodoviária, encontra-se no condutor, ou seja no próprio Homem. É maioritariamente ele o responsável por essa sinistralidade crescente, causadora anualmente em todo o mundo, de centenas de milhares de mortes e de acidentados, invariavelmente. Em Portugal, particularmente, as raízes desses excessos e erros diversos cometidos ao volante e que culminam sistematicamente nestas hecatombes, são praticamente sempre as mesmas; a falta de preparação e de experiência para dominar totalmente a máquina; o desejo de brilhar perante os outros, tentando demonstrar capacidades de condução que na realidade não se possui; a condução sobre o efeito de substâncias impróprias, tais como o álcool e os estupefacientes; a condução em estado de fadiga física e intelectual excessiva, ou ainda com o inevitável sono a sobrepor-se à consciência e atenção do condutor; a mania que alguns automobilistas têm, despidos de qualquer civismo, de se arrogar uma importância e uma prioridade que não têm de facto; a pressa mal controlada comparativamente à perícia individual do condutor; a incapacidade de conjugar condições atmosféricas com uma condução segura; a falta ou insuficiência de conhecimentos do potencial real da máquina e das suas reacções físicas e mecânicas; a falta de prática de alguns condutores que só ocasionalmente tomam o volante, como é os caso dos chamados domingueiros, que não têm a mínima noção da intensidade e “perigosidade” do trânsito e das traiçoeiras condições de piso; os erros e/ou esquecimentos infelizmente frequentes, verificados na sinalização vertical e horizontal; as apostas feitas entre dois ou mais condutores, decididos a fazer tudo para ver quem chega primeiro à meta; o evidente e gritante incumprimento das regras estabelecidas no código da estrada, que os condutores impõem e exigem veementemente aos outros, mas que não se aplicam necessariamente aos próprios; a deficiente ou a não utilização dos indicadores de direcção, dos espelhos retrovisores laterais e interior, o mau estado dos pneus e outros órgãos vitais do veículo; a falta de uma presença visível e inteligente das brigadas de trânsito que compreensivelmente privilegiam os esconderijos, para melhor apanhar de surpresa os incautos e multá-los facilmente; finalmente, a velocidade, ou a indicação do seu excesso, que, invariavelmente, na opinião das forças policiais afectas ao trânsito, é quase a principal senão a única culpada de todos os males que acontecem nas estradas. Esta conclusão fácil, demasiado fácil, esconde cobardemente duas coisas : a primeira, é que nem todos os condutores legalmente encartados, possuem de facto as aptidões intelectuais indispensáveis à condução automóvel; a segunda, é que perante tantas falhas e consequentes responsabilidades do lado do Estado e das entidades “competentes” em termos de segurança rodoviária, a velocidade tornou-se, por um lado, o bode expiatório perfeito e por outro, um excelente meio para “facturar” milhões de Euros em multas pesadas, que engordam invariavelmente os cofres do Estado e das suas respectivas autarquias. Agora, uma coisa é certa: não há fatalidade !!
Da mesma forma que há povos que eficazmente aprendem, trabalham, produzem, exigem, enriquecem, obedecem, respeitam, vivem e conduzem bastante mais disciplinadamente do que outros povos, proporcionando todas as vantagens inerentes a uma sociedade dita civilizada, tais como, um convívio baseado no respeito mútuo, onde a segurança, a qualidade e o nível de vida satisfazem geralmente a maioria das pessoas, também há outros povos, onde, devido ao facto de os prazeres individuais, o egoísmo o egocentrismo, a preguiça e orgulho exacerbados, representarem uma tão grande importância na mente de cada um, já não sobra nem espaço, nem justificação, nem motivação, nem necessidade para olhar a realidade de frente. Talvez seja por medo de se aperceberem e verificarem que, afinal, separados ou juntos, eles aparentam diferenças sensíveis e apresentam assimetrias mais do que substanciais, comparativamente com aqueles outros povos, relativamente aos quais nutrem uma indisfarçável inveja e uma crescente cobiça.
Curiosa atitude, quando se sabe que o sucesso nunca cai do céu, mas, nasce sim da preparação, do esforço, da perseverança, da ambição coerente e da confiança em si. Portanto, se não há fatalidade, não será por obra do acaso que em Portugal se conduz muito pior do que em outros países europeus, onde o nível e a “qualidade” de vida são o que se conhece e onde a esperança de ver as coisas melhorarem significativamente, só se encontra em duas categorias de pessoas: 1) nos ingénuos, por serem pobres de espírito, 2) e nos nossos políticos. Pudera !!
Talvez seja imprescindível, agora mais do que nunca, os portugueses fazerem finalmente uma reflexão extremamente séria sobre sua verdadeira identidade, as suas reais condições, os meios disponíveis, acrescidos daqueles que deverão ser encontrados, os erros cometidos, aceitar com indispensável humildade, a sua posição efectiva no xadrez europeu e mundial nas suas componentes civilizacionais, sociais, económicas e tecnológicas, armar-se solidamente de ambições realistas, à medida das suas reais capacidades, assim como dos seus objectivos e finalmente, prometer e falar bastante menos e começar a trabalhar e produzir muitíssimo mais.
Só assim e apenas assim, os portugueses conseguirão, a médio prazo, as condições duradoiras de uma verdadeira mudança, criadora das virtudes essenciais ao enriquecimento intelectual e financeiro.
Só assim e apenas assim, a qualidade de vida deixará de ser uma miragem e no meio de outras vantagens, a nomeadamente excessiva sinistralidade rodoviária passará da realidade para a História.
Relativamente ao assunto inicial da condução automóvel, onde não há, nem pode seguramente haver lugar para uma desejada e conveniente fatalidade, como explicar a existência de condutores, calejados com milhões de quilómetros percorridos nas vias europeias e portuguesas durante quase meio século, sempre a altas velocidades, mas de uma forma responsável (e só quando tal era possível), que no balanço geral, apresentam um registo totalmente virgem no que diz respeito a acidentes e incidentes rodoviários ?
Talvez que o segredo de tão raro e invulgar percurso, tenha as sua origens no escrupuloso respeito e disciplinada obediência de uma velha e sábia máxima, que aconselha o seguinte :
“Numa condução que se quer boa e segura, o condutor nunca deverá exceder, nem os seus próprios limites, nem os limites do seu veículo, tendo em permanente atenção um profundo respeito pela condições materiais e climáticas da sua condução”.
Desde então, o Homem fez tudo para conquistar essa extraordinária máquina, mas na realidade, justiça lhe seja feita, foi e continua a ser a máquina que conquistou efectiva e definitivamente o Homem.
Quem tenha já experimentado os prazeres da condução automóvel, sabe e recorda-se, sem dúvida, que os seus primeiros contactos com a máquina, foram recheados de estranhas e encantadoras sensações. O simples acto de dirigir e comandar uma reluzente máquina, provoca normalmente a sensação de estar a viver uma certa magia, que deslumbra os nossos sentidos e as nossas emoções. Quanto maiores forem as capacidades técnicas e quanto mais elegantes forem as linhas que compõem a aerodinâmicas do engenho, maior é o prazer e o orgulho de quem está sentado atrás do volante de um tal bólide. Num espaço inferior a um quarto de século, se é verdade que o sucesso do automóvel se tornou universal e absolutamente esmagador, também é incontestável, que a sua alargada utilização é responsável por uma sinistralidade que, lamentavelmente, cresce proporcionalmente ao tempo que passa e com o números de veículos efectivamente em circulação.
Entretanto, foi necessário adaptar as vias de comunicação rodoviária, às performances das máquinas, cada vez mais potentes e velozes. É claro, que tanto as máquinas como as estradas têm os seus limites e os seus defeitos, como em tudo na vida, mas o pior de todos os males ligados à circulação rodoviária, encontra-se no condutor, ou seja no próprio Homem. É maioritariamente ele o responsável por essa sinistralidade crescente, causadora anualmente em todo o mundo, de centenas de milhares de mortes e de acidentados, invariavelmente. Em Portugal, particularmente, as raízes desses excessos e erros diversos cometidos ao volante e que culminam sistematicamente nestas hecatombes, são praticamente sempre as mesmas; a falta de preparação e de experiência para dominar totalmente a máquina; o desejo de brilhar perante os outros, tentando demonstrar capacidades de condução que na realidade não se possui; a condução sobre o efeito de substâncias impróprias, tais como o álcool e os estupefacientes; a condução em estado de fadiga física e intelectual excessiva, ou ainda com o inevitável sono a sobrepor-se à consciência e atenção do condutor; a mania que alguns automobilistas têm, despidos de qualquer civismo, de se arrogar uma importância e uma prioridade que não têm de facto; a pressa mal controlada comparativamente à perícia individual do condutor; a incapacidade de conjugar condições atmosféricas com uma condução segura; a falta ou insuficiência de conhecimentos do potencial real da máquina e das suas reacções físicas e mecânicas; a falta de prática de alguns condutores que só ocasionalmente tomam o volante, como é os caso dos chamados domingueiros, que não têm a mínima noção da intensidade e “perigosidade” do trânsito e das traiçoeiras condições de piso; os erros e/ou esquecimentos infelizmente frequentes, verificados na sinalização vertical e horizontal; as apostas feitas entre dois ou mais condutores, decididos a fazer tudo para ver quem chega primeiro à meta; o evidente e gritante incumprimento das regras estabelecidas no código da estrada, que os condutores impõem e exigem veementemente aos outros, mas que não se aplicam necessariamente aos próprios; a deficiente ou a não utilização dos indicadores de direcção, dos espelhos retrovisores laterais e interior, o mau estado dos pneus e outros órgãos vitais do veículo; a falta de uma presença visível e inteligente das brigadas de trânsito que compreensivelmente privilegiam os esconderijos, para melhor apanhar de surpresa os incautos e multá-los facilmente; finalmente, a velocidade, ou a indicação do seu excesso, que, invariavelmente, na opinião das forças policiais afectas ao trânsito, é quase a principal senão a única culpada de todos os males que acontecem nas estradas. Esta conclusão fácil, demasiado fácil, esconde cobardemente duas coisas : a primeira, é que nem todos os condutores legalmente encartados, possuem de facto as aptidões intelectuais indispensáveis à condução automóvel; a segunda, é que perante tantas falhas e consequentes responsabilidades do lado do Estado e das entidades “competentes” em termos de segurança rodoviária, a velocidade tornou-se, por um lado, o bode expiatório perfeito e por outro, um excelente meio para “facturar” milhões de Euros em multas pesadas, que engordam invariavelmente os cofres do Estado e das suas respectivas autarquias. Agora, uma coisa é certa: não há fatalidade !!
Da mesma forma que há povos que eficazmente aprendem, trabalham, produzem, exigem, enriquecem, obedecem, respeitam, vivem e conduzem bastante mais disciplinadamente do que outros povos, proporcionando todas as vantagens inerentes a uma sociedade dita civilizada, tais como, um convívio baseado no respeito mútuo, onde a segurança, a qualidade e o nível de vida satisfazem geralmente a maioria das pessoas, também há outros povos, onde, devido ao facto de os prazeres individuais, o egoísmo o egocentrismo, a preguiça e orgulho exacerbados, representarem uma tão grande importância na mente de cada um, já não sobra nem espaço, nem justificação, nem motivação, nem necessidade para olhar a realidade de frente. Talvez seja por medo de se aperceberem e verificarem que, afinal, separados ou juntos, eles aparentam diferenças sensíveis e apresentam assimetrias mais do que substanciais, comparativamente com aqueles outros povos, relativamente aos quais nutrem uma indisfarçável inveja e uma crescente cobiça.
Curiosa atitude, quando se sabe que o sucesso nunca cai do céu, mas, nasce sim da preparação, do esforço, da perseverança, da ambição coerente e da confiança em si. Portanto, se não há fatalidade, não será por obra do acaso que em Portugal se conduz muito pior do que em outros países europeus, onde o nível e a “qualidade” de vida são o que se conhece e onde a esperança de ver as coisas melhorarem significativamente, só se encontra em duas categorias de pessoas: 1) nos ingénuos, por serem pobres de espírito, 2) e nos nossos políticos. Pudera !!
Talvez seja imprescindível, agora mais do que nunca, os portugueses fazerem finalmente uma reflexão extremamente séria sobre sua verdadeira identidade, as suas reais condições, os meios disponíveis, acrescidos daqueles que deverão ser encontrados, os erros cometidos, aceitar com indispensável humildade, a sua posição efectiva no xadrez europeu e mundial nas suas componentes civilizacionais, sociais, económicas e tecnológicas, armar-se solidamente de ambições realistas, à medida das suas reais capacidades, assim como dos seus objectivos e finalmente, prometer e falar bastante menos e começar a trabalhar e produzir muitíssimo mais.
Só assim e apenas assim, os portugueses conseguirão, a médio prazo, as condições duradoiras de uma verdadeira mudança, criadora das virtudes essenciais ao enriquecimento intelectual e financeiro.
Só assim e apenas assim, a qualidade de vida deixará de ser uma miragem e no meio de outras vantagens, a nomeadamente excessiva sinistralidade rodoviária passará da realidade para a História.
Relativamente ao assunto inicial da condução automóvel, onde não há, nem pode seguramente haver lugar para uma desejada e conveniente fatalidade, como explicar a existência de condutores, calejados com milhões de quilómetros percorridos nas vias europeias e portuguesas durante quase meio século, sempre a altas velocidades, mas de uma forma responsável (e só quando tal era possível), que no balanço geral, apresentam um registo totalmente virgem no que diz respeito a acidentes e incidentes rodoviários ?
Talvez que o segredo de tão raro e invulgar percurso, tenha as sua origens no escrupuloso respeito e disciplinada obediência de uma velha e sábia máxima, que aconselha o seguinte :
“Numa condução que se quer boa e segura, o condutor nunca deverá exceder, nem os seus próprios limites, nem os limites do seu veículo, tendo em permanente atenção um profundo respeito pela condições materiais e climáticas da sua condução”.
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